O Ser nos aparece com uma teia de relações que abarca o cosmos, absolutamente simultânea e incessante. Por isso, nas Meditações de Descartes, quando elimino o mundo, o que resta como ser é o eu pensante, inseguro de seu próprio corpo – como um bebê. Mas auto-consciente de estar vivo – como todo ser.
Cheguei a essa ideia pela construção de uma ideia de Nada, de Zero – de onde emerge essa ideia de Um (eu sou, eu penso) e um critério de existência: tudo que dura é.
Isso vai sancionar o inventário das minhas ideias como coisa pensada, elas que são um conjunto de durações finitas, mais ou menos autônomas – ainda que muitas apontem para a existência das coisas que representam – sejam fatos passados, sejam coisas presentes, como o pedaço de cera.
Ao observar a mutação do pedaço de cera, percebo que ela se dá dentro de um campo de possibilidades virtualmente infinito – que, apesar de invisivel ao olhos, é condição da existẽncia da cera como tal.
Retorno ao inventário das minhas ideias e encontro em mim uma ideia de Infinito que não tem par no mundo onde tudo é finito.
Mas é inevitável que eu pense que por trás do Ser que se diz por muitos modos haja alguém que o pense, crie e sustente – como sua linguagem, sua expressão exterior.
Zero, Um e Infinito: Descartes percorre os limites do pensamento e os percebe como a expressão conceitual dos princípios que regem o Mundo e a Vida.
Eis um resumo das três primeiras meditações.
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