Conforme o prometido, mas com algum atraso, publiquei no Trivia o obituário de Caleb Carr, escritor que desconheço, filho do algo legendário Lucien Carr, figura importante – e trágica – da trupe inicial dos beatniks. Como o NYT prima pelo detalhe e pela precisão, há uma série de links, destaco ao menos um, que publica uma carta de Caleb ao editor do site especialmente elucidativa.
Depois de toda essa leitura, recomendo a série da Netflix, O Alienista, baseada no livro homônimo de Caleb – para então talvez perceber como o trauma pode se tornar trama – e aí quem sabe proporcionar não a cura, porque algo sempre se perde, mas alguma paz. Entre outras muitas qualidades da série, me impressionou descobriu o universo da prostituição infantil na Nova York da virada do século (a miséria aterradora já conhecia do filme de Scorsese, Gangs de Nova York).
Finalmente, há um livro de Caleb que gostaria de ver traduzido, mas que em inglês é facilmente encontrável nos bons sites do ramo.
Nesta semana, publiquei dois posts aqui no Café nas Nuvens: Da tragédia de ser livre e Vivo e vero. O primeiro é um longo aforismo metafísico e o segundo, um poema em prosa.
Vídeo foi só um. Com a Zen se recuperando da castração, tive uma semana mal dormida, cansativa. Mas ao fim foi outra promessa cumprida: um comentário sobre um trecho de Crepúsculo dos Ídolos, de Nietzsche.
“Em todas as épocas, os grandes sábios proferiram o mesmo juízo sobre a vida: ela não vale nada… (…) Deve haver algum doença aí! – essa a minha resposta: deveríamos ver de perto esses grandes sábios (…) Juízos de valor sobre a vida, a favor ou contra, não podem jamais ser verdadeiros: possuem valor apenas como sintomas (…) em si mesmos são bobagens! (…) o valor da vida não pode ser apreciado.”
Esse é um dos grandes momentos da filosofia, para mim. Ou, sendo mais modesto: um dos melhores momentos da filosofia que li.
Pra fechar, uma série que assisti de uma sentada: Um Pesadelo Americano, na Netflix, três episódios de tirar o fôlego – e o sono.
E um livro: O Complexo de Di, do sempre surpreendente Dai Sijie, um escritor e diretor chinês que me parece pra lá de subestimado, pelo menos no Brasil.